Fim de Fila em Supermercado. Agora é prá valer.

EM 12 set, 2017

Aos poucos a função de ‘operador de caixa” está perdendo a vez para as máquinas.

Mas, calma, isso não gera desemprego. Ao menos, não por conta da tecnologia.

 

O Desespero

Quando os canaviais ganharam colheitadeiras (máquinas capazes de cortar e armazenar a cana-de-açúcar), surgiu o maior murmúrio entre os bóia-frias e seus signatários em sindicatos, de que o desemprego batia à porta. Foi uma corrida imensa contra  a tecnologia.

Havia uma explicação plausível e um passo tecnológico de qualidade que se sustentava.

Antes, no modelo secular, desde quando a cana-de-açúcar chegou ao Brasil e os primeiros moinhos (e depois, as grandes moendas nas grandes usinas de açúcar e álcool) foram instalados, o primeiro passo no processo da fabricação do açúcar era a queima da cana ainda no campo (a queima era necessária para, num processo rápido, eliminar a palha seca e devido ao calor provocado pela queima, ativar os nutrientes do melado contido dentro dos gomos da cana). Mas, estudos avançados nos anos 80, provaram que, para a cana dar o melhor nível de qualidade do seu melado, após a queima, ela teria que chegar na usina e ser moída dentro de um intervalo muito curto de tempo (2 horas, no máximo). E isso, se provava que era impossível (muitos caminhões carregados de cana, permaneciam na fila da usina, para adentrar ao pátio e fazer a retirada da cana, por horas à fio).

Com a mecanização, esse problema estava resolvido. A Cana é cortada ainda em estado vegetal puro (sem queima) e é manuseada por máquinas que permite eliminar um excedente de palha seca; depois, parte para o processo de lavagem até ir para a industrialização.

Bom, isso resolveu o problema do alto índice de sucarose da cana. Mas, e a mão-de-obra? Onde foi parar? Desemprego em massa?

Aos poucos, com o passar do tempo, essa mão-de-obra que por si só já se diminuía (as pessoas já não queriam mais trabalhar nessa atividade devido ao extremo desgaste físico), foi também tendo que se preparar para outros mercados.

 

O Operador de Caixa em desafio

Em 2007 a rede Walmart inaugurou uma loja da sua bandeira Sam´s Club na cidade de São Paulo como pioneira em ter um caixa de autoatendimento não-presencial, ou seja, o cliente fazia suas compras, passava suas mercadorias por um caixa automático e ele mesmo fazia o pagamento. Esse modelo, priorizado e seletivo, foi aperfeiçoado e foi ganhando adeptos pelo mundo.

A japonesa Panasonic desenvolveu um sistema (e depois a Amazon) que faz basicamente essa função, mas agora de forma mais despojada e provada de sua eficiência.

Em 2012, a cidade de Londrina no paraná, foi a primeira a receber caixas desse tipo em uma grande rede. Quatro autocaixas foram colocados em uma loja da rede Muffato, e com elas o consumidor podia registrar as compras e pagar por elas. Este serviço de self-checkout foi inicialmente voltado para clientes premium.

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Em Dezembro de 2016, a Amazon lançou uma livraria física nos EUA e em seguida, e empresa lançou um supermercado físico no qual os clientes podem fazer compras sem passar por nenhuma fila ou serem atendidos por qualquer pessoa. Ou seja, eles apenas se identificam na entrada com o smartphone e, em seguida, vão pegando o que querem nas prateleiras. Feito isso, é possível simplesmente sair da loja, chamada de Amazon Go, e a conta é cobrada no cartão.

A intenção da Amazon é justamente essa: fazer com que as pessoas comprem com simplicidade e sem ter que esperar em filas para nada. O estabelecimento de Seatle é totalmente automatizado, e as prateleiras contam com visão computacional, fusão de sensores e aprendizado de máquina profundo. Agora em português: quando você pega alguma coisa, a prateleira provavelmente identifica a sua face, e os sensores sabem exatamente o que você tirou do lugar.

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Na mesma época e bem perto de nós de Floripa, em Porto Alegre, a rede Zafira de supermercados também inovou. O sistema vale para compras de até dez produtos e pagamento com cartão. Já estão instalados os quatro terminais de self-checkout, no Zaffari Higienópolis, em Porto Alegre.

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A ideia é que os consumidores já começavam a passar suas próprias compras dispensando o atendimento humanizado.

Ainda no ano passado, a rede Imperatriz iniciou essa prática em um dos seus supermercados de Florianópolis com autoatendimento, ou seja, sem contar com um profissional para passar os produtos no caixa e fazer a cobrança. A novidade, em quatro checkouts de cestinhas, faz sucesso na loja Imperatriz Gourmet, no Beiramar Shopping. O sistema, fornecido pela empresa mineira Consinco, é fácil de usar. A tela pede para o cliente dar início à compra, passar os códigos de barra de todos os produtos, encerrar e inserir o cartão de pagamento. Aí o sistema emite a nota e recomenda levar os produtos. É a primeira rede de SC a adotar o sistema.

O empresário Vidal Lohn Filho, diretor de Marketing e Expansão da rede Imperatriz, afirma que a novidade não reduz o número de empregos. No Beiramar, a empresa manteve os demais caixas e foram abertas seis vagas para auxiliar no autoatendimento. Como o sistema deu certo, a rede vai instalar mais equipamentos nas demais 15 lojas, totalizando cerca de 70 máquinas.

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Quer entender como funciona o Amazoin Go? Veja o vídeo completo clicando AQUI.

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