E aí? Alguém encara separar o BRA – sil?

EM 6 out, 2017

No meio do turbilhão de crises, escândalos, atos de desmando dos poderes públicos, malas cheias de dinheiro, histórias (ou estórias) de apartamentos, sítios, jóias, chave de cofre de banco Suíço, autoridades até do esporte indo pra cadeia, três processos de impeachment de presidentes da República, crise econômica criada para destituir governo e que gerou uma crise econômica real, abertamente governo criando impostos para aumentar volume de receitas, governo esvaziando contas públicas para distribuir verbas para livrar-se de processos, atos obscenos em mostras culturais, aumento da criminalidade banalizada em todo o país -inclusive em locais onde não haviam registros-, reitor morto, avião que caí, etc, etc, etc; tudo como se estivessem dentro de um gigante liquidificador e de lá de dentro, urge um grito que reascende um movimento de 20 anos de luta. Proclamar a independência e soberania dos três estados do sul.

O movimento “O Sul é meu país” reabre as trincheiras para polemizar, discutir e propor ações que possam começar um outro capítulo nesses vergalhões brasileiros.

Organizado para correr neste sábado (dia 7) mais um plebiscito informal para consultar moradores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná sobre a possibilidade de se separar do resto do Brasil.

Para a votação, chamada de Plebisul, serão espalhadas urnas em locais públicos de cerca de 900 cidades dos três estados. Os participantes responderão sim ou não à pergunta: “Você quer que o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul formem um país independente?“.

A coordenadora geral do movimento é a gaúcha Anidria Rocha, que mora em São Jerônimo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ela reconhece que o plebiscito não tem valor legal por não ter sido aprovado pelo Congresso, mas explica que o objetivo é pesquisar o que pensam os cidadãos e manifestar essa opinião.

“Sabemos que não tem validade nenhuma do ponto de vista legal, mas a ideia é demonstrar o percentual da população que tem essa vontade de independência”, sustenta.

Segundo ela, o sentimento separatista surge de uma soma de diversos fatores, principalmente políticos e econômicos. “O movimento separatista está crescendo cada vez mais e essa crise política e econômica do Brasil favorece essa nossa posição”, destaca.

Separar os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul de seu grande inimigo: o Estado brasileiro. Essa é a polêmica luta do movimento “O Sul é o Meu País”, que completa 20 anos em 2012 com a pretensão de voltar a ganhar a discussão das ruas. Nos próximos dias 17 e 18 de março, os sulistas que querem a separação do resto do país fazem um congresso na Assem­­­­bleia Legislativa de Santa Cata­­­­rina, em Florianópolis, para celebrar as duas décadas de existência e ganhar novo fôlego.

Tratado com ironia e procurando livrar-se do estigma de ser “racista” em relação à população de outras regiões do Brasil, o movimento foi retomado no ano passado após a realização de uma pesquisa que teria indicado um grande apoio popular à causa separatista nas capitais do Sul.

O atual presidente do movimento, Celso Deucher, diz que o sonho dos “sulistas” seria a realização de um plebiscito para a criação do novo país, livre do “imperialismo centralizador“ e da “terrorismo tributário” da federação brasileira – nas palavras dele. Participaria da consulta toda a população do Sul do Brasil.

No caminho do movimento, porém, há uma cláusula pétrea da Constituição Federal que diz que a República brasileira é “formada pela união indissolúvel” dos estados e municípios – o que torna inconstitucional qualquer intenção de criar um novo país.

Assim, por prudência, os adeptos do movimento evitam falar em separatismo, preferindo a expressão “autonomia”. Como base legal da luta, explica Deucher, está o direito à liberdade de expressão e o princípio do Direito internacional da “autodeterminação dos povos”.

Ele ainda rebate a acusação de que o movimento é racista. “Isso sempre é usado para nos desacreditar. É uma besteira. O Sul do Brasil é uma das regiões mais múltiplas, com presença de várias etnias”, diz Deucher. Ele afirma estar concluindo um livro sobre a presença negra no Vale do Itajaí, em Santa Catarina – o que seria uma prova do caráter não racista da causa.

Criado no Rio Grande do Sul, o movimento se diz herdeiro de outros levantes separatistas sulinos – como a Revolução Farrou­­­pilha, no século 19. Segundo seu presidente, o movimento tem hoje representação em 800 municípios dos três estados e cerca de 30 mil filiados. O alto número de simpatizantes, no entanto, não se traduz em arrecadação financeira. Segundo Deucher, a organização sobrevive de doações dos 26 diretores e de mensalidades de R$ 15 pagas por cerca de cem membros.

Críticas

Acostumado a críticas, Deu­­­cher rechaça as acusações de que o movimento é delirante. “Pode ser um sonho; mas tem muita gente sonhando junto”, diz ele, que é professor de História numa escola de Brusque (SC), jornalista e marqueteiro político .

Entrevista

Em entrevista ao jornal Hora, de Florianópolis e na mesma época do conturbado referendo pela independência da Catalunha, a equipe de voluntários que defende a separação da Região Sul do restante do Brasil dobrou de tamanho. É o que diz um dos fundadores do movimento O Sul É o Meu País, o jornalista catarinense Celso Deucher, 50 anos.

Ele prevê 32 mil pessoas ajudando a organizar o plebiscito informal – portanto, sem validade legal – marcado para o próximo sábado. Em 3 mil urnas espalhadas por 960 cidades dos três Estados do Sul, os participantes responderão à pergunta: “Você quer que Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul formem um país independente?”. Os locais de votação podem ser consultados aqui.

Não consigo levar a sério essa ideia de vocês. Por que me sinto assim?

Porque o tema é difícil de ser compreendido, não é qualquer um que consegue entender quando falo em federalismo ou em papel do Estado. Mas, quando cito exemplos de como Brasília nos trata mal, as pessoas começam a compreender.

Será que os gaúchos apoiariam um país com um presidente paranaense?

Se Deus quiser, não teremos presidente. Teremos primeiro-ministro, porque o nosso negócio é parlamentarismo. Presidencialismo é quase monarquia, o cara se elege e vira rei. Haverá um rodízio entre os três Estados, e o Rio Grande também terá seu primeiro-ministro.

O Sulito era um bonequinho com duas perninhas, mas um filho da mãe enxergou um p***o ali, na Lagoa dos Patos, aí virou piada.

Celso Deucher

Fundador do movimento O Sul É o Meu País

O passivo desses três Estados com a União ultrapassa R$ 75 bilhões. Como vamos pagar essa dívida externa?

Bem simples: vamos botar na mesa quanto devemos para a União e quanto a União deve para nós. Entre 2011 e 2016, os três Estados mandaram para Brasília R$ 800 bilhões em impostos. E retornaram só R$ 160 bilhões. Então, nós damos de relho neles, porque nos roubaram mais de R$ 600 bilhões. O Brasil é que vai nos dever uma boa grana.

Falando em grana, o nome da moeda tem de ser pila. Paranaenses se oporiam?

Não, inclusive lançamos no mês passado, no 25º Congresso Nacional do movimento O Sul É o Meu País, o pila como nossa futura moeda. Estou falando sério. Na nota de um pila, o homenageado é Guairacá. Na de cinco pilas, Sepé Tiaraju. Na de 10 pilas, Bento Gonçalves e, na de 20 pilas, Anita Garibaldi.

As piadas que gaúcho faz com catarinenses deverão ser abolidas?

Não, é legal a gente rir pelas costas um do outro. Nós também temos um monte de piadinha de gaúcho. O que não dá para tolerar são piadas racistas ou aquelas que o Casseta & Planeta fazia, dizendo que gaúcho é veado, porque isso desvaloriza o povo.

Qual seria o nome do país?

Não discutimos isso, embora na nossa documentação oficial esteja União Sul-Brasileira. O foco do movimento é defender o direito das pessoas de quererem ser separatistas, algo que há 20 anos dava até cadeia.

Fontes:

g1.com/rs (https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/grupo-separatista-organiza-novo-plebiscito-para-consultar-populacao-sobre-independencia-do-rs-sc-e-pr.ghtml)

Gazeta do Povo – Curitiba (http://www.gazetadopovo.com.br/ideias/apos-20-anos-movimento-o-sul-e-o-meu-pais-volta-a-se-organizar-7jzxgjxm9hzh5d9g0y897cc3y)

Jornal Hora – Santa Catarina (http://horadesantacatarina.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2017/10/a-capital-seria-lages-e-a-moeda-seria-o-pila-diz-fundador-de-movimento-separatista-do-sul-9925759.html)

presi

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