De onde vem o porco?

EM 3 ago, 2019

É dia de Porco x Gavião.

Mas o porque de “porco”?

a gente conta.

por JotaB, Floripa, 3/Ago/2019. 18h25m

Neste domingo, dia 4, na Arena Corinthians, São Paulo, Capital, tem o maior clássico do futebol paulista e um dos maiores do futebol brasileiro. Ele envolve a 2ª maior torcida nacional, que também é a 2ª maior das Américas e a 7ª do mundo (Corinthians); do outro lado está uma torcida que é majoritária na maior parte das cidades paulistas (69%).

E dentro desta rivalidade existe a história do porco.

Os corinthianos chamam os palmeirenses de “porco”. Mas de onde vem esse apelido nada lisonjeiro?

A gente explica agora.

Há uma primeira versão nada bonita para a história da humanidade.

Quando o Brasil apoiou os USA na segunda guerra mundial, se tornando aliando no campo de batalhas, a perseguição aos alemães de Hitler e seus aliados foi energicamente avassalador em todas as áreas. Como Mussolini (Itália) deu apoio ao alemão, os italianos no Brasil começaram a serem mal vistos. Tanto que o Palmeiras foi obrigado pelo governo militar da época a trocar o nome, passando a se chamar de Palestra.

Os italianos imigrantes eram na capital paulista, grandes produtores de porcos, inclusive os restaurantes italianos, além da macarronada, tinham o porco como prato principal. Então, nessa época, os italianos eram chamados de porcos, como forma de discriminação, repúdio e identificação como conspiradores.

No Futebol.

Para o futebol a denominação de porco surgiu anos depois.

Em 1969, dois jogadores do Corinthians, Lidu e Eduardo, morreram em um acidente de carro. O prazo de inscrições de atletas já tinha sido encerrado e devido a fatalidade, o clube foi atrás da Federação e dos demais times para conseguir uma autorização e assim, inscrever dois novos atletas no Campeonato Paulista.

Para a decisão ser válida, todos teriam que concordar e foi isso que quase aconteceu, mas o dirigente do Palmeiras foi contra e não deixou o Alvinegro ir adiante. O presidente alvinegro Wady Helu chamou o presidente do Palmeiras de “porco” na saída da reunião, como forma de repúdio.

A partir desse veto, os corintianos começaram a usar o termo “porco” no pejorativo, em alusão ao “espirito de porco” e à atitude suja que o Palmeiras teve perante a tragédia. Os palmeirenses ficaram alguns anos ouvindo gritos de “porco” nos estádios de vários clubes que repudiaram a iniciativa dos palestrinos.

Só em meados da década de 80, o diretor de marketing daquela época, João Roberto Gobbato, decidiu usar o apelido dado pelo arquirrival como identidade do Verdão. Mesmo assumindo o porco, a torcida demorou alguns anos para abraçar a ideia. Só em 1986 que os palmeirenses adquiriram o termo e os gritos: Da-lhe Porco foi ecoado das arquibancadas do Pacaembu, no jogo contra o Santos.

Gobbato inclusive é o nome do porco presente no Allianz Parque para animar a torcida nos jogos hoje em dia, ao lado do periquito.

Outras Matérias

Comentários

0 comentários

Enviar um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *