Em 95 anos, a data está com mesmo valor.
Nenhum.
O país avançou mas a ideia da data não.
por JotaB, Floripa, 13/Out/2018, 9h5m.
No dia 12 de outubro de 1923, o Rio de Janeiro, então capital federal do Brasil, sediou um evento que reuniu estudiosos de infância e políticos de vários países. Acontecia ali o Congresso Sul-Americano da Criança, cuja pauta discutia questões educacionais, alimentares e de desenvolvimento.
Um político notou a comoção provocada pelo tema na época. Foi um sinal.
No ano seguinte, o recém-eleito deputado federal Galdino do Valle Filho (falecido em 1961) propôs uma lei instituindo o “Dia das Crianças” para o Brasil com a ideia de que fosse agregado ao dia 12 de Outubro, para culminar com a data do Congresso.
Em síntese, a homenagem foi apenas uma máscara para ganhar visibilidade política já que o tema era de comoção social.
95 anos depois, o que mudou?
Em anos passados, talvez até pela mudança de hábitos, costumes e evolução do pensamento humano, dentro de movimentos sociais, pedagógicos e institucionais específicos, evoluíram e transformaram a data em centro de discussão do tema” infância no Brasil”. Olharam para problemas e buscaram solução; propuseram e várias dessas ações se concretizaram. Mas o tema continua em pauta pois a imprensa tem nesses mesmo anos exibido com amplitude uma infinidade de problemas que o Estado e a sociedade tem deixado de lado.
Em síntese, continuamos com a máscara da visibilidade política, do Estado e das empresas, como uma data voltada à mais um descanso e ao comércio.
O que ontem, dia 12 de Outubro, foi feito em âmbito de congressos e grupos, para se discutir esses problemas? O que além de comércio aberto para vender brinquedos para crianças, aconteceu em alusão à essa data?
Nota: Muitos confundem essa data com o dia consagrado pelos católicos à Nossa Senhora Aparecida. Para frisar, a homenagem para a santa foi criada apenas em 1930 por decreto do Papa Pio e em 1980 foi oficializado o feriado no Brasil junto com a homenagem às nossas crianças.
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