Casas e suas arquiteturas, via o cinema

EM 17 jun, 2019

Algumas obras de arte, reais.

Tudo depende de como você conhece um lugar que visita. Faça a expeirência e pergunte, por exemplo, a um grupo de pessoas que visitou Veneza, quais as rec ordações que tem de lá; há boas chances de todos terem alguma imagem mental da cidade e seus canais. Depois, pergunte ao mesmo grupo, quantos visitaram a capital do Vêneto e é possível que poucas ou ninguém de fato o tenha feito. Embora viajar seja a forma mais completa de experienciar um lugar, ela não é a única – imagens de cidades, lugares e edificações estão por toda a parte, da publicidade às artes, do Instagram ao cinema, e elas deixam impressões profundas na nossa memória e imaginação.

Nos filmes, cidades e edifícios são fundamentais para a narrativa, seja como simples pano de fundo, seja como personagem coadjuvante (ou mesmo principal). Cinema e arquitetura são expressões artísticas que compartilham um objetivo comum: articular espaços vividos. E embora este não seja o único ponto de contato entre estas duas artes, é enriquecedor pensar segundo estes termos. Mais que espaços que servirão de abrigo para o ser humano, projetamos lugares onde a vida, com todas as suas emoções, se desenrolará – assim como se desenrola em um filme.

Clássico de Jean-Luc Godard, O Desprezo tem na famosa Casa Malaparte não apenas uma locação, mas um verdadeiro elemento ativo da trama. Localizada em Punta Massulto, na ilha de Capri, a casa é um emblemático exemplo do modernismo italiano, inconfundível por sua cobertura escalonada e paredes avermelhadas.

Outro exemplo: a casa de John Lautner que serve de locação em um clássico do cinema é a Casa Chemosphere, inconfundível por sua geometria circular que faz lembrar um disco voador ou uma visão utópica e pop de habitat moderno. Projetada em 1960 e localizada em Los Angeles, a casa é parte da narrativa do filme Dublê de Corpo, de Brian De Palma, e foi redecorada com elementos dos anos 80 para as filmagens.

Além de apresentar uma série de fragmentos da região central da cidade de São Paulo, De onde eu te vejo tem como locação um famoso edifício de Vilanova Artigas, o Louveira. A protagonista do filme reside no edifício e seu ex-marido se muda para o prédio da frente, também moderno; parte da narrativa se desenrola a partir da indiscrição das grandes janelas modernistas.

Nesse filme, você ri, chora, se emociona, pensa na vida, nos atos e consequências da vida. E pensa também em como é morar numa cidade grande, na sua engenharia e na arquitetura urbana.

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