O novo modelo de Banco

EM 8 nov, 2018

Mudança de Hábitos faz banco mudarem conceitos.

por JotaB, Floripa, 8/11/2018, 11 hs

Que a tecnologia se reinventa a cada instante não é mais novidade para qualquer ser do planeta. Um simples olhar para qualquer coisa do mundo e no mundo, já revela isso. Comparar algo de um ano atrás com o agora dá o indício da transformação, mudança.

Mas o que a tecnologia está fazendo é uma revolução nos hábitos e costumes.

Transitei ontem à noite entre profissionais digitais do maior evento de TI da América Latina e apurei isso. O evento que é para destacar a tecnologia em processo de revolução e inovação, emergida na humanidade, para mim, mostrou o lado transformador da atualidade: as pessoas. E todas as pessoas. O evento é o RD Summit 2018, em Floripa.

Ainda na terça-feira trocava uma conversa afiada, via celular 4G, com minha sogra, lá no interiorzão de são Paulo, sobre o tema “transporte”; ela deu uma entrevista para meu herdeiro sobre com eram os meios de transportes lá na década de 50. Pensar que à 70 anos atrás (falamos de quando nossos pais e avós viviam nessa terra como crianças) os Calhambeques, os “Pé-de-Bode” e os rústicos carros que se davam partida à manivela, transitavam por ruas e caminhos, todos de terra, chão batido, em pequenas quantias; caminhos sem planas de sinalização, com duas ou três leis e regras básicas de trânsito, à uma velocidade máxima de 40Km/h. E que era comum uma pessoa apenas, numa região de umas mil, ter um desses veículos e ser chamada para fazer “corridas”, normalmente, sem cobrar nada, apenas por gentileza.

70 anos depois, temos uma frota gigantesca, numa média de 1,2 carros por habitante nos centros urbanos, carros que voam a 150 Km/h, por rotas de asfalto (tem muitos buracos pelo caminho mas aí é outra história), com formas de combustíveis inusitados (eletricidade e vento), ninguém querendo fazer viagem de cortesia, carros para viagens pagas chamadas por aplicativos via celular… E sem entrar nas minúcias dos tipos de carros, de suas particularidades técnicas e tecnológicas.

Quem não sofreu com essas inovações? Quem não mudou hábitos com essas transformações?

Então, chegamos aos bancos.

Bancos: casas que no princípio serviam para guardar o dinheiro das pessoas e das empresas; depois passou para a função de emprestar dinheiro, depois acrescentou ganhar dinheiro com o dinheiro dos outros.

E aí vem o Relatório de Cidadania Financeira divulgado ontem, dia 7, pelo Banco Central (BC).

As transações feitas por aplicativos, internet banking e call centers registraram expansão significativa:

-> no período de 2015 p/2016, aumento de 20%

-> no período de 2016 p/2017, aumento de 21%, e que representam 66% do total das transações realizadas (remotas e presenciais).

Já as transações realizadas em canais presenciais (agências e postos, caixas de autoatendimento e correspondentes bancários) diminuíram em 5% de 2015 a 2016 e ficaram em 7% de 2016 a 2017.

Em resumo: as pessoas deixaram de entrar nas agências, parando nos caixas do autoatendimento, na década de 90 e 2000 e 2010. Agora, nos últimos 5 anos, param até de ir aos autoatendimentos, fazendo tudo via celular. 

Em 2017, mais de 140 milhões de pessoas mantinham algum relacionamento bancário, como contas de depósitos à vista (conhecidas popularmente como contas-correntes), contas de depósitos de poupança e contas-correntes de depósitos para investimento. Esse número corresponde a 86,5% das pessoas com mais de 15 anos.

Como 2 entre 3 brasileiros possuem celular e, entre os que possuem celular com internet ativa (69% dos celulares), 77% deles usam algum tipo de serviço de internet banking, obviamente que é muito mais fácil fazer tudo via celular do que ir até um caixa de autoatendimento ou mesmo, direto na ‘boca’de um caixa, numa agência.

Essa mudança de hábito faz hoje os bancos repensarem em sua reestruturação física nas agências, em um novo modelo de autoatendimento. E mais, numa nova forma de abordagem comercial com seus clientes. O banco do futuro, que já é agora (essa é máxima: “já é agora”), entra numa concepção de modernidade que a redução do quadro de funcionários nas agências faz focar num aumento de especialistas nas áreas de TI e Marketing Digital dos Bancos.

Inovar não é mais a palavra de ordem. É semear.

Hoje, o mercado eclético está desaparecendo para o mercado digital que está semeando o conceito da praticidade, rapidez e eficiência à um custo relativamente caro. Mas, é o preço que se paga pela melhora na qualidade de vida. Se é que, já seja possível sentir uma melhora na qualidade de vida por conta na mudança de hábitos.

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