Nossa água de todos os Dias

EM 22 mar, 2019

Si aqua est vita.

por JotaB, 22 de Março de 2019. São José/SC.

 

No dia Internacional da Água, construi um roteiro abrangente do tema:

« Por que da data especial?

A data foi criada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas através da resolução A/RES/47/193 de 21 de Fevereiro de 1993, declarando todo o dia 22 de Março de cada ano como sendo o Dia Mundial das Águas (DMA), para ser observado a partir de 1993, de acordo com as recomendações da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento contidas no capítulo 18 (Recursos hídricos) da Agenda 21.

A cada ano, uma agência diferente das Nações Unidas produz um kit para imprensa sobre o DMA que é distribuído nas redes de agências contatadas. Este kit tem como objetivos, além de focar a atenção nas necessidades, entre outras, de:

  • Tocar assuntos relacionados a problemas de abastecimento de água potável;
  • Aumentar a consciência pública sobre a importância de conservação, preservação e proteção da água, fontes e suprimentos de água potável;
  • Aumentar a consciência dos governos, de agências internacionais, organizações não governamentais e setor privado;

 

« Qual o consumo diário?

A ONU entende que, em média, uma pessoa deva consumir 110 litros por dia, entre o que bebe e o que usa para sua higiene. Estudos relatam que a média é de 150 litros/dia entre todas as atividades humanas.

Lembramos que a água, além do estado natural, está presente em outras formas de líquido, direta e indiretamente, como nos sucos, refrigerantes, cervejas, vinhos, leite, etc.

 

« A Água e a Cerveja

Entre todos os tipos de bebidas, refrigerantes e cervejas são as mais consumidas ao redor do planeta. Entre as não-alcólicas, os refrigerantes superam os sucos (industrializados ou não).

A água, que nos hidrata, que é indispensável à vida e que dá um interessante contraste ao nome de nosso planeta, também é uma das principais matérias primas na fabricação de cervejas.

Ela, inclusive, está presente em todos os processos produtivos daqueles rótulos que levaram você a desenvolver os aspectos sensoriais indispensáveis à degustação e, por fim, a maturar o desejo em produzir a sua própria bebida. Ela está presente, por exemplo, na:

  • Fabricação: para a mostura, lavagem do bagaço, resfriamento do mosto etc.;
  • Fermentação/maturação: para trasfegas, diluições etc.;
  • Filtração: formação de pré-camada, diluições etc.;
  • Higienização: nas CIPs, esterilização de linhas com água quente etc.

Além disso, ela faz parte do processo de engarrafamento, seja para a eliminação de ar das linhas e enchedoras ou mesmo para lavar as garrafas, ou, em utilidades diversas, como a geração de vapor ou para sistemas de refrigeração, entre outras aplicações.

« A Água e o nosso cafezinho diário

Em 2018 houve um aumento de 4,8% no consumo de café no Brasil, segundo a ABIC. O aumento verificado comocrescente nos últimos anos está relacionado à mudança do comportamento do brasileiro, que passou a ser mais seletivo e tem procurado novas opções de produtos a partir do café.

O consumo per capita, no Brasil é o segundo maior do mundo.

« O desperdício de Água

O combate ao desperdício de água vai além do uso comedido nas residências, demandando esforços públicos e privados em prol da conservação dos recursos hídricos.

Ele é um problema socioambiental de graves consequências para a humanidade, haja visto que, de toda a água disponível na Terra, apenas 3% é originalmente própria para consumo. Todavia, desses 3%, apenas uma menor parte encontra-se em locais de fácil acesso. Por isso, é preciso entender melhor essa questão a fim de encontrar possíveis soluções.

Geralmente, na imprensa, nos meios de comunicação e também no cotidiano, é comum associar a ideia de desperdício de água a hábitos domésticos, tais como o uso indiscriminado no chuveiro, a torneira mal fechada, a utilização indevida da água, o não reaproveitamento, entre outros. Entretanto, essa questão pode ir muito além do desperdício residencial.

Existe, por exemplo, o desperdício durante o abastecimento de água, causado muitas vezes por falhas técnicas nas tubulações e sistemas públicos de distribuição ou até por desvios ilegais realizados por algumas pessoas para benefício próprio. No Brasil, segundo um relatório do Ministério das Cidades, cerca de 41% de toda a água tratada no país é desperdiçada, o que equivale a um número inimaginável de litros não aproveitados e cerca de R$ 4 bilhões de prejuízo.

No estado de São Paulo, cerca de 32% da água distribuída é desperdiçada, conforme a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado (Arsesp), o que perfaz um total de quase 990 bilhões de litros perdidos. Em países como os Estados Unidos e Alemanha, o nível de desperdício no abastecimento de água não ultrapassa os 9%. Portanto, são necessárias medidas de manutenção da tubulação comprometida, além de uma maior fiscalização sobre conexões hidráulicas irregulares.

Em Santa Catarina, cada pessoa gasta, em média, aproximadamente 154 litros de água por dia. “Porém, em Florianópolis, a média do consumo diário chega a 186 litros para cada habitante”, informa o chefe do Setor e Operação e Manutenção de Água da Superintendência Metropolitana da Grande Florianópolis, Bruno Kossatz.

Outro tipo de desperdício de água acontece na agricultura. Em muitos casos, sistemas inadequados de irrigação ou aproveitamento fazem com que boa parte da água empregada nas lavouras não seja aproveitada, tanto pelo uso incorreto quanto pelas altas taxas de evaporação. Além disso, a contaminação dos solos, do lençol freático e de alguns rios em razão do uso de agrotóxicos também se torna um agravante para o problema em questão. Para combater o desperdício de água na agricultura, é preciso utilizar métodos de irrigação voltados para esse intuito.

Na indústria, também ocorrem problemas semelhantes. Em alguns tipos de produção, a água é empregada no resfriamento de equipamentos, o que poderia ser mais bem efetuado com água de reúso e outros métodos de maior economia. Além disso, casos de vazamento ou manejo incorreto na captação de sistemas locais de abastecimento também podem gerar uma grande quantidade de desperdício. Por esse motivo, é importante haver uma grande fiscalização das fábricas a fim de que elas também participem do processo de conservação dos recursos hídricos, o que também vale para outros setores, tais como a construção civil, o comércio etc.

Portanto, os vários setores da sociedade, incluindo o Estado, devem adotar medidas para diminuir o desperdício de água, pois o êxito nessa tarefa traria mais efeitos positivos do que qualquer outra política de uso da água, garantindo, assim, o seu uso sustentável. É claro que, mesmo o uso doméstico equivalendo a menos de 10% da água utilizada, ainda sim é preciso que as residências façam a sua parte, evitando gastar além dos limites aceitáveis.

 

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