Não era para estarmos aqui

EM 16 nov, 2017

Um russo impediu que a 3ª Guerra Mundial começasse.

Não era para estarmos aqui

Até que ponto nossos sistemas são totalmente seguros para determinarem uma ação imediata?

por JBaroni
Floripa, 15/11/17

Um dia você acorda e tem a sensação de que algo estranho aconteceu enquanto você dormia. Já lhe aconteceu algo assim?

E quando você tem a sensação de coisas que estão acontecendo, e de tão realismo nas imagens e conversas, lhe parecerem já ter vivenciado antes?

Bom. Mas se o Mundo acabasse não daria tempo para nada disso. Seria um “boom” e as consequências catastróficas seriam vividas numa velocidade determinada pela distância entre você e o epicentro do holocausto. Mas tudo isso tem um estudo científico, tem as versões dos cismados, dos supersticiosos, dos místicos.

Mas, o que nem os supersticiosos, místicos e cientistas puderam prever um dia que iria acontecer, quase aconteceu.

O dedo no botão, que desencadearia a terceira guerra mundial, é o pavor da humanidade. Ele quase chegou no botão. Quase disparou. Passou por um fio de navalha de sermos dizimados.

Sim, porque uma guerra nuclear, já sabemos, dizimará nosso planeta.

Stanislav Petrov, morto aos 77 anos, conseguiu reconhecer um erro técnico gravíssimo nos sistemas de monitoramento antiaéreo soviéticos, o que impediu que um alarme falso se transformasse em uma guerra nuclear total na década de 1980.

Petrov era coronel das forças de defesa aérea soviéticas no ano de 1983. No dia 23 de setembro, ele era o oficial responsável pelo Oko (palavra russa que significa “olho”), que era uma recém-instalada rede de satélites para alertar sobre lançamentos de mísseis nucleares. A ideia era simples: alertar os militares soviéticos sobre ataques nucleares americanos assim que as armas fossem lançadas, proporcionando tempo suficiente para reagir.

Naquela data, pouco depois da meia-noite, o Oko apontou que um único míssil havia sido disparado pelos Estados Unidos, o que por si só já gerou pânico. Petrov conta que, neste momento, ele levantou de sua cadeira e começou a dar ordens aos subordinados para que se acalmassem.

As coisas ficaram realmente sérias quando soou um segundo alarme apontando mais quatro disparos.

E a tela de Petrov ficava vermelha, mostrando apenas um botão para iniciar a reação.

Caso o sistema estivesse correto, as bombas atingiriam o território soviético em 30 minutos, de forma que, segundo o protocolo, ele só tinha 15 minutos para alertar o líder soviético Yuri Andropov, que estava doente, que decidiria sobre lançar outros mísseis balísticos intercontinentais como retribuição. Caso isso acontecesse, a Terceira Guerra Mundial começaria e a Terra provavelmente estaria condenada à destruição.

No entanto, suspeitando do baixo número de mísseis detectados pelo sistema soviético, Petrov se segurou na poltrona e não alertou Andropov. Desta forma, não houve retribuição ao ataque fictício, e a Terceira Guerra Mundial não aconteceu.

E nesses casos, a humanidade pergunta: O que realmente aconteceu para gerar esse erro?

Descobriu-se posteriormente que o alarme falso foi causado por reflexos solares em nuvens que sobrevoavam os Estados Unidos.

O que nos leva à pergunta, título desse artigo: Até que ponto nossos sistemas são totalmente seguros para determinarem uma ação imediata?

E… Quantas vezes será que nossas vidas passaram por um fio e nem ficamos sabendo?

 

Stanislav Petrov morreu em 19 de maio de 2017, Friazino, Rússia.

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