Maremoto no Atlântico próximo de Floripa é confirmado

EM 13 abr, 2018

Um maremoto teria provocado as ondas de terremoto sentidas em FLorianópolis hoje pela manhã.

Matéria completa que reproduzimos na íntegra, abaixo:

Fonte: Jornal Notícias do Dia – original clique AQUI

Terremoto de 3.6 na escala Richter é registrado próximo à costa de Florianópolis

Fenômeno foi confirmado por especialista do Observatório Sismológico da UNB (Universidade de Brasília), que registrou o tremor de terra

Terremoto de 3.6 na escala Richter é registrado próximo à costa de Florianópolis - UNB/Divulgação
Terremoto de 3.6 na escala Richter é registrado próximo à costa de Florianópolis – UNB/Divulgação

Um terremoto de intensidade 3.6 na escala Richter foi registrado às 9h28 desta sexta-feira (13) próximo à costa de Florianópolis. O evento ocorreu na plataforma continental à distância de 90 a 100 km da capital catarinense, no oceano.

 

Segundo Juraci Carvalho , sismólogo Observatório Sismológico da UNB (Universidade de Brasília), tremores dessa magnitude são comuns no Brasil. O especialista, no entanto, relatou que fez uma pesquisa e que não encontrou histórico desse tipo de fenômeno em Florianópolis.

Questionado se este primeiro terremoto poderia abrir espaço para novas ocorrências mais graves, o sismólogo disse que não é possível fazer uma previsão. “Na ciência do terremoto, não há como prever novos eventos”, disse.

Moradores assustados

A Defesa Civil de Florianópolis foi acionada após moradores relatarem ter sentido tremores de terra nesta manhã. Nas redes sociais, pessoas fizeram diversos relatos: “Minha casa tremeu, chegou a desligar o rádio”, disse Joice Rodrigues de Lima. “Aqui no Campeche tremeu, era umas 9h30, foram uns três segundos”, relatou Marcos Felipe Andrade. ” Eu vi os vidros das janelas tremendo, achei que tivesse passado um caminhão na frente de casa, mas não vi nada! Depois que eu soube do terremoto”, falou Viviane Chaves, moradora de Jurerê.

Segundo Luiz Eduardo Machado, diretor da Defesa Civil do município, foram recebidas mais de 40 ligações de moradores de toda a Ilha de Santa Catarina, e também do Continente. Até as 10h10, não havia registros de danos estruturais.

Machado informou que a Defesa Civil já está em contato com equipe do Cigerd (Centro Integrado de Gestão de Riscos e Desastres), e também averiguando com o Centro de Sismologia da USP (Universidade de São Paulo) o que provocou o fenômeno e se teria sido causado por reflexo de tremor em outro país.

Até as 11h, o Corpo de Bombeiros também já havia recebido 32 chamadas telefônicas de moradores relatando os tremores em Florianópolis, no entanto, em nenhuma das ocorrências foi necessário o deslocamento de viaturas. Conforme a corporação, as chamadas foram apenas informativas.

Centro de Sismologia da USP registrou atividade em
Centro de Sismologia da USP registrou atividade em “MargemContinental/SC” – USP/Divulgação

 

Tremores foram provocados por um maremoto, diz geólogo

Segundo o geólogo e chefe do departamento de Geociência da UFSC, Norberto Olmiro Horn Filho, os tremores sentidos em Florianópolis na manhã desta sexta-feira foram provocados por um maremoto, ou seja, com origem no mar. “O fenômeno aconteceu na plataforma Florianópolis, que divide duas bacias: a de Santos, para o Norte, e Pelotas, da região Sul do país”, explicou.

Segundo o especialista, os tremores de 3.6 pontos na escala Richter são considerados um sismo de escala média, sem muita intensidade. Até a escala 2 é um micro sismo, enquanto que  acima de 7 provocaria estragos significativos.

“Pela intensidade do evento, não há riscos de estragos, mas ainda é necessário descobrir qual a profundidade que aconteceu isso, a partir do fundo do mar”, diz o geólogo, completando que quanto mais raso, maior o risco de danos.

O geólogo desconhece que isso já tenha acontecido alguma vez na Ilha de Santa Catarina e destacou que é necessário um estudo mais aprofundado para saber o que realmente aconteceu. Conforme ele, ainda não é possível prever esse fenômeno.

Secretaria de Estado da Defesa Civil emite nota

Assim que a notificação do tremor chegou à Secretaria de Estado da Defesa Civil, o coordenador da regional da Grande Florianópolis foi acionado para o monitoramento dos municípios da região.

Em nota, o órgão afirmou que “a situação está sendo averiguada”. Confira a nota da Defesa Civil: 

A secretaria de Estado da Defesa Civil (SDC) esclarece à população Catarinense, em especial aos munícipes residentes na Grande Florianópolis e adjacências, quanto aos tremores sentidos nesta manhã de sexta feira, dia 13 de abril de 2018.

De acordo com as instituições que desenvolvem pesquisas e monitoramento acerca das ocorrências de sismos no Brasil, destacamos: Centro de Sismologia da Universidade de Brasília (UNB) e Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), informamos:
– O sismo registrado ocorreu por volta das 9 horas e 28 minutos (horário de Brasília), com magnitude da ordem de 3,6 graus na escala Richter (variação entre 0 à 10) e epicentro na margem continental, com distância aproximada de 35 km da costa de Santa Catarina;

– Conforme classificação oficial utilizada (escala Richter), o referido sismo caracteriza-se por ser de baixa magnitude, o que não oferece riscos secundários como da ocorrência de tsunamis.
– A provável causa de sua ocorrência se deve à uma possível acomodação da placa tectônica Sul Americana, a qual encontra-se localizada entre outras placas tectônicas, com destaque para as placas tectônicas de Nazca e Africana, no contato oeste e leste, respectivamente.
Informamos ainda que: de acordo com o United States Geological Survey (USGS), instituição científica norte americana, a qual emitiu dados registrados sobre o sismo sentido nessa manhã em território catarinense, a referida instituição atribui como epicentro, o município de Santo Amaro da Imperatriz, região continental, e magnitude de 3,2 na escala Richter. Diante das divergências de informações entre as instituições brasileiras e norte americana, a Secretaria de Estado da Defesa Civil apura maiores detalhes sobre o ocorrido, afim de oferecer à comunidade científica e civil uma informação precisa e clara.
Ressaltamos que eventos dessa natureza são atípicos para a região sul do território brasileiro, quando, sendo o registro atual (13/04/2018) o de maior magnitude nos últimos dois anos.

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